quarta-feira, 1 de outubro de 2014

A QUARTA PAREDE

No fundo do eu,
espectador do imaginário
e das contradições,
assisto o meu elenco
na passividade de plateia 
que sou.

Figurante do que sinto
enceno os dias
na arena de coadjuvantes
que protagonizam
sonho improvisado desta ficção.

Cômica caixa cênica
em suspensão de descrença
que o auditório não vê,
embora pense que creia.

Parede imaginária
no invisível
deste pedaço de vida
a confundir o elenco.

Palco de invasores sentimentos,
nas coxias intransitáveis da alma,
que não vêm à cena.
  
Mundo lúdico enredado
na rotunda da emoção.
Quarta parede a impedir o sim
quando a plateia
só enxerga o não.    

Paulo Franco

http://sitedepoesias.com/poesias/55563

Um comentário:

Paulo Franco disse...

Obrigado pelo carinho de publicar o poema. Abraços.